Soneto anti-ultra-romântico

Trocaria a póstuma e “eterna” fama,

Por vagos segundos em vosso ninho...

Inspiradora Musa! Deusa-Dama!

Aninhe este poeta passarinho.

Queime-me em vossa árdua e alta chama

Ou enterre-me com camisa de linho,

Quando o mundo naufragar-me na lama,

Dizendo que não fui feliz sozinho.

Convosco –Deus!- sem –sou Deus de igual jeito!-

Ah! Fraco é todo vão ultra-romântico,

Que só tem uma amada no peito.

Sinto o calor das sinapses e o efeito

De compor a vós tão brilhante cântico,

Que ainda sem vosso amor, serei aceito.

Igor Leão de Paris
Enviado por Igor Leão de Paris em 11/04/2010
Reeditado em 11/04/2010
Código do texto: T2190924
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.