AMOR DE MENTIRA
Os beijos que trocamos foram tantos,
Tantas vezes nossos corpos se fartaram
De prazer, de volúpia e de encantos,
Nas delícias que quase nos sufocaram.
Os juramentos que fizemos foram quantos?
Quantas vezes nossos lábios se calaram
E os olhos, embriagados de prantos,
Na saudade e na dor quase secaram?
E agora, com meu coração sombrio,
Ao procurar-te, só encontro o vazio,
Da ausência, que até minha alma suspira...
Na garganta, essa pergunta entalada:
Como pode tanto amor não dar em nada?
Como posso acreditar que foi mentira?