Meus Olhos
Meus olhos transbordam a saudade
Do amado, errante pelo mundo teu,
E essa dor, lástima; o coração meu
Devora-me solidão com voracidade;
Meus olhos já choram na eternidade
E as lágrimas da falta do amor seu
Cobrem-me a vida com este vil véu
De distância e dolorosa infelicidade;
Ó, meus olhos que aguardam a vinda
De quem amo, onde andará o amado
Por quem tanto já tenho eu chorado?
Ó, meus olhos fitam a tarde que finda
Sem terem tocado n'alma de que amo;
Outra noite em que me deito em pranto.