Na cama de vara foi onde nóis amamo
A cama de vara foi onde te amei
Por Airam Ribeiro.
Naqueles cavaletes qui inté hoje ta alí
Onde um monte de vara um dia eu ponhei
O lençó era um côro onde nóis ia drumí
Inrriba daquela cama muitas vêiz eu te abracei.
Dos calombo qui a vara em nóis dexava
E dos baruio qui aquele côro sempre fazia
Disso tudin nóis de modo argum se importava
Cum o amô qui nóis tava do resto nóis se isquicia.
Inda mim alembro quando em teu seio eu pegava
E quando eu xupava eles, cósca ocê inté se sentia
Quando meu bigode grande na sua pele rastejava,
Hoje aquele côro lá mais nun ta não
Inté as vara serviu de cumida pros cupim
E de ocê nun sei adonde tu ta, só sei qui tô na solidão.
Inspirado no sonete de Elen Nunes a cama onde eu te amei