Vulnera Coris
Sangra pela pele da alma
Em verso, então se torna;
Sai do abismo da incógnita
E na poesia, enfim, salta.
Escorre por esta terra alva
No Beira-rio, vento a sopra
E no céu, teu deus invoca
Ao chão, na lama se lava.
Cai por lágrimas solitárias
Pelas dores suas, unívocas
De retinas vis, incendiárias;
Cai por mortas e lascívas
Imagens de luz, iluminadas:
Sangue e poesias nocivas;