Um nascituro póstumo
Meu nascimento, um póstumo engano!
Edênica força, poder apriorístico
Que, manifesto no coito insano,
Germinou eu: homem podre mefítico.
Sofreguidão desse vão amor mundano!
Falsos fulgores do lampejo místico
No novo fenômeno nada ufano.
Debilitado ser torvo, raquítico...
Gritando anátemas a quem criou-me.
Progenitores cegos, vosso erro
Incontornável, devido ao Lume,
Se acertará, enfim, no meu enterro.
Do éter divino, nunca mais, humana praga
Nenhuma tome forma nessa terra vaga!
01/12/2009