Poeta estéril (Soneto inglês)
“ O fret not after Knowledge - i have none,
And yet the Evening listens. He who saddens
At thought of idleness cannot be idle,
And he’s awake who thinks himself asleep.” *
John Keats
O coração é o livro do homem solitário.
A poesia é a beleza máxima da vida.
Se a’lma jaz adormecida
A palavra torna-se dela o sacrário.
Mas quando o ócio ganha espaço
E retira o sentido da escrita,
Não há força bendita
Capaz de motivar o espírito lasso.
Cismas da preguiça, fria indolência
Que nadifica o repertório da consciência.
Ondas alfas no cérebro zonzo;
Acúmulo confuso do Verbo absconso
No estéril poeta donde nada sai por inteiro,
Apenas o fragmento sintático derradeiro!
28/11/2009
* “Oh, não anseies por saber - eu nada sei,
Porém a noite escuta-me. Quem se entristece
Pensando no ócio não se encontra na indolência,
E está desperto quem se julga adormecido.”
Trechos do soneto inglês em versos livres “What the Thrush Said” do poeta romântico John Keats.