Primavera à Sísifo
São flores à Sísifo, aos querubins,
Aos pedregulhos que não falam
E ao titã de pedras que ceifam
Todos os olhos e seus belos fins.
São rosas à Hera, aos alerquins,
Às colombinas que não dançam
E à Orpheu, elas não se tocam,
E nem Eurídice saberia bem sorrir.
São estátuas de mármore ao céu
Cobertas de vinho tinto e de fel
E de libações vis de longe, distante;
São tantos olhos de sem formas
Que não se olham às suas voltas
Perdem-se, ecoam-se: num instante.