SUPLÍCIO
Onde ando, conto minha solidão,
a tristeza disfarçada em meus traços.
Sou como um verso de amor aos pedaços,
chuviscando lágrimas na amplidão.
Rasga-me a saudade como a um arpão,
nas noites onde passeio e me desgraço.
Deitado sobre ruínas e estilhaços,
sou das ruas a mais clara escuridão.
Oh Saudade! O que mais precisas ter?
Já não tens meu desespero, o meu amor
e a angústia em cada novo anoitecer?
Deixa-me! Nada tenho a oferecer!
Pois que sob a cruz de uma imensa dor,
dei-te a minha vida e fui enlouquecer!
Texto integrante do projeto "Quatro Sonetos" juntamente com os amigos Arão Filho, Elen Nunes e Jacó Filho, aos quais agradeço pela indispensável companhia e pelo inesgotável talento.
Os quatro sonetos encontram-se postados nas páginas dos amigos e os referidos links abaixo transcrevo:
http://www.recantodasletras.com.br/sonetos/1917705 - Arão Filho
http://www.recantodasletras.com.br/sonetos/1917799 - Elen Nunes
http://www.recantodasletras.com.br/sonetos/1918998 - Jacó Filho