Sem Palavras
E nem mesmo me dirija oração
Ou abraço de afeto qualquer,
Dentro da retina de mulher
Reflete-se qualquer coração.
E nem mesmo me tenha visão
De um mundo acéfalo sem fé
E, tanto faz e quando quiser
Procure não alimentar solidão
Luar de leite puro e meu rosto
Pintado, maquilado de escuridão
E tanto e tanto, sou eu mesmo;
Âmago das tristezas do morto
Vigiado, amado: gostosa ilusão
Eu, morto; e assim sem medo.