PROCUREI-TE
I
Naquela hora escura eu procurei-te;
Estava tão escuro meu caminho,
Ficou tão turvo e amargo aquele vinho –
Não tinha mais prazer e nem deleite.
Então aquela fé que creditei-te,
Foi se esmorecendo de mansinho,
E caminhei carente de carinho,
Pensando que a promessa era enfeite;
Pois me disseste que estaria lá.
Falei para mim mesmo: “Eu sei que há
De vir dias melhores cor de hortênsia...”
Os dias bons vieram; entretanto,
Eu precisei usar aquele manto:
Que é da Humildade e Paciência...
13/10/05 - (in Dantescos Sonetos)
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