RESTOS DE AMOR
Restos soltos de amor, cenas na cama
Rastros loucos do fogo da paixão
Lençóis brancos manchados no colchão
Com o cheiro fatal de quem se ama
Corpos nus, latejantes, com tal flama
Exauridos, por quase convulsão
Têm, no sono, o torpor da sedução
No sonhar do prazer, o amor que inflama
Roupas são esquecidas, nessa trama
E, alheias, misturam-se no chão
Quando o dia amanhece, acende a chama
Do desejo, qual larva de um vulcão
Que, vadio, no leito se derrama
Gritos roucos, gemidos de explosão