RESTOS DE AMOR

Restos soltos de amor, cenas na cama

Rastros loucos do fogo da paixão

Lençóis brancos manchados no colchão

Com o cheiro fatal de quem se ama

Corpos nus, latejantes, com tal flama

Exauridos, por quase convulsão

Têm, no sono, o torpor da sedução

No sonhar do prazer, o amor que inflama

Roupas são esquecidas, nessa trama

E, alheias, misturam-se no chão

Quando o dia amanhece, acende a chama

Do desejo, qual larva de um vulcão

Que, vadio, no leito se derrama

Gritos roucos, gemidos de explosão

Heliodoro Morais
Enviado por Heliodoro Morais em 27/09/2009
Reeditado em 27/09/2009
Código do texto: T1833975