Amor
Ah! Por quantas noites se foram
Lágrimas pelas sarjetas dançando
As miúdas fotografias amarelando
E nas luzes dos postes se douram;
As madrugadas em mim se lançam
E as putas ainda se beijam cantando
O que não ouço durante esse pranto
Meu choro, quantos versos o louvam?
Por que não foste tu naquela tarde
Arrebentou-me o peito essa saudade
E como hei de ficar nessa rua deserta?
E como se foi por aí tal lúdica felicidade
Por bordéis de noite pedinte de piedade
E eu me ouço andar nessa vida incerta.