VÍTIMA DE ASSÉDIO

Abri a porta, em silêncio, olhei a rua

Nas silhuetas deformadas, sem nuance

Por entre sombras, vi seu corpo de relance,

Caminhar lento, passos firmes, continua

Não adianta implorar, se não recua,

Tentar segui-la, está fora de alcance

Partiu pra sempre, sem me dar nenhuma chance

De impedir que o nosso caso se destrua

Como explicar que essa melhor amiga sua

Fez-me assédio, à espera que eu avance,

Em minha casa, de repente, ficou nua

Beijou-me a boca, pela surpresa do lance,

Fiquei perdido como uma noite sem lua

Você chegou, deu-se o fim desse romance

Heliodoro Morais
Enviado por Heliodoro Morais em 02/09/2009
Reeditado em 04/09/2009
Código do texto: T1787844