O ESPELHO

O ESPELHO

Estando, ali no quarto, na moldura,

Parecia sofrer com meu viver.

Tudo viu, em silêncio, acontecer:

O meu rosto perder a formosura.

Companheiro na minha desventura,

Meu olhar, viu o pranto umedecer,

Apagar-se o meu sonho, o meu querer

Mergulhado nas ondas da amargura.

Ah, espelho infeliz, tu assististe

Toda angústia na minha mocidade!

Conseguiste enxergar como era triste,

Minha vida a partir da puberdade.

E agora, na velhice, ainda insiste

Em ver as minhas rugas da saudade.

Gilson Faustino Maia
Enviado por Gilson Faustino Maia em 31/07/2009
Código do texto: T1728738
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.