TRANÇA

Na febre de um desejo rés da pele

Tormento em chama jamais apagada

A dança da serpente inebriada

É esplendor que peço que me vele

No ministrar da sensação causada

Vertigem da carne não há que zele

Por sentimento que o grito repele

E se poliniza de forma ondeada

Nos pecados que as paredes refletem

Sombras em liturgia confidente

Para aquecer a cor de todo o ambiente

A quente orgia, uma luxúria ardente

É música de corpos nus somente

Que se enlaçam, dançam e se derretem

Miguel Eduardo Gonçalves
Enviado por Miguel Eduardo Gonçalves em 06/06/2006
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