Teu canto
Quando sorris percebo a tristeza;
Quando chegas teu ato é de partida;
Quando olhas de nada te apercebes;
Quando cantas, teu canto é dor perdida.
Tu olhas e uma lágrima busca registrar
A angústia que reflete o fundo do olhar;
Chegas e a chegada é canto em balbucio,
Tentando ser tua voz o marulhar de um rio;
Sorris e teu sorriso é gesto de certeza;
É mais do que sorriso, é som da natureza;
Teu sonho ainda é o sonho, que tu viveste outrora;
É canto de crepúsculo, é canto de aurora;
É canto que angustia, oprime e incendeia;
Teu canto é o próprio sangue e corre em tuas veias!