MARIA

Inútil esconder tamanha dor,

que disfarça o meu verso em agonia,

Chora de saudade, chora de amor,

e só o teu nome ele chama: - Maria?

Silêncio na noite indiferente,

essa tua sombra atroz acaricia.

O desespero cresce – comovente,

e na penumbra eu te beijo. Maria...

Munido de súbita braveza,

enfrento a angústia, enorme,

e te afasto do meu poema... Maria!

Se a manhã desperta em singeleza,

a poesia, confortada, assim dorme.

Mas o sonho tem tua face, Maria.