A poética do nada
Hoje estou sem nenhuma inspiração.
Então, só vou falar hoje do nada,
Hoje é dia do Nada, sem ação.
Andemos nesta imensa e larga estrada.
O menino boceja e nada faz.
Ele boceja e logo, logo dorme...
Sou o menino que dorme e nada mais.
Este soneto em tudo é um nada enorme.
Mas se falo do nada, d’algo falo,
Pois aqui tem palavras, tudo é cheio,
Meu nada tem começo, fim e meio.
Como aqui pode não cantar o galo?
Ele não canta porque aqui não existe.
Só tem o nada... Nada, nada triste.