FÚRIA

O leito abriga, no combate, a fera,

de paixão tão desgovernada e nua.

como cúmplice só uma clara lua,

o amor, voraz e furioso, acelera.

O grito angustiado do desejo,

na pele incendiada pelo enlace.

Ela assim, de irreconhecível face,

é puro fogo, a cada toque e beijo.

O vulcão explode na luta fervente,

o corpo em chamas, feroz estremece.

Transborda duma lava delinqüente.

E por fim, o descanso que merece:

por sobre o peito do amado então quente,

com a paz e orvalhada, ela adormece.