O inverno se aproxima


 
As noites vêm chegando imersas em ar frio
e o vento em assovio corta qual navalha.
A mente se embaralha em gélido fastio,
o corpo clama o cio e a alma se atrapalha.
 
No peito uma fornalha, um coração bravio
aceso no pavio do amor que o agasalha.        
E essa paixão trabalha, não há mais vazio
e não trespassa um fio por onde ela se espalha.
 
Já não há mais calor, o inverno se aproxima.
A isso se destina, é dele esse pendor.
Esteja ele onde for impõe a fria sina.
 
O frio não me domina, evito a sua dor,
pois vem se sobrepor a chama que me anima.
Paixão se descortina. Aqueço-me de amor!