DOIS TEMPOS

Sá de Freitas

Quantas vezes te vi e não me viste;

Poemas tantos te escrevi, não leste;

Quantos suspiros meus, de amor, ouviste;

Quantas promessas fiz e tu não creste.

Quantos beijos te dei, não os sentiste;

Quanto te amei e tu não compreendeste;

Quando parti chorando tu sorriste,

Nem o aceno de adeus me respondeste.

Mas lentamente o tempo foi passando,

Grandes progressos fiz e me esforçando

Tudo o que eu sempre quis fui conseguindo.

Então vieste interessadamente

Me procurar. Mas eu indiferente,

Virei-lhe as costas... Me afastei sorrindo.

(Soneto imaginário)

Sá de Freitas
Enviado por Sá de Freitas em 06/06/2009
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