NÃO TE VÁS
O ser em tua ausência é um veneno
No ar em que respiro, a chuva cai
No tempo que te leva, a vida vai
Rasgas-me o ventre, punhal pleno.
As cinzas já me cobrem os ouvidos
Na boca aperta o nó, e me esvazia
Na sombra o olhar se me abrevia
Rompes-me a alma e os sentidos.
Não me dês o tormento, não te vás
Dá-me antes a adaga em corte certo
Porque entre os teus braços sou capaz
De me apartar de ti forte e audaz
Se de minhas mãos em ti me aperto
E a sonhar eu penso que te dás…