*UM SUAVE ANCORADOURO*

A barca vai seguido vagarosa
Procura na distância ancoradouro
Ao longe uma gaivota ardilosa
Fisga os peixes no mar criadouro

Solto a âncora símbolo-esperança
Detenho-me de modo sigiloso
Na vida que caminha na balança
Seguindo com o ponteiro glorioso

No peso e na medida da jornada
Dos sonhos que metrificam os anos
Finjamos que a vida é alvorada

Olho ao longe por alguns segundos
As horas disfarçadas de encantos
Sigo-te nos teus poemas fecundos

Sogueira

Do alpendre dos meus sonhos vejo a vida
Diáfana expressão tão instigante,
Por vezes dolorida ou fascinante
No carrossel que gira em gozo e lida.

Aprendo a conceber a despedida
Vivendo a fantasia de um instante,
Microscopicamente ou qual gigante
Na luta por vencer ou já perdida.

Refém do meu anseio, medo e dúvida,
Uma alma muitas vezes tola e lúcida
Cumprindo cada etapa sem sentir.

Mergulho dos umbrais dos meus castelos,
Vou ceifando ou lavrando e meus rastelos
Jamais sabem dos frutos do porvir...

Marcos Loures
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 22/05/2009
Reeditado em 22/05/2009
Código do texto: T1608093
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.