NOITES MANSAS

Matildes não é boa companhia;

não oferece agrado nem aceita.

Às quatro da manhã, quando se deita,

semelha um bacorim que ronca e chia.

Neurótica se exalta, grita e pia

apopléctica, hirta, contrafeita.

Meus estratos bancários busca, espreita,

derrete-se em cobiça e os avalia.

Irritada porque cedo desperto,

diz que a acordo fazendo burburinho

e põe-se a resmungar a céu aberto.

Porém, nas noites mansas, de mansinho,

a mim me toma por um poldro esperto,

monta e cavalga com o maior carinho.

11-02.01

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