Súplica final
Edir Pina de Barros
Permite-me calar nessa importante hora,
enquanto a aurora cai agonizante e fria,
e no sanguíneo céu abraça a tarde agora
no soluçante fim de doloroso dia.
Permite-me calar, permanecendo fora,
e divagar ao léu nas asas da poesia,
eu necessito ir por esse mundo afora
e repensar assim aquele amor que cria.
Permite-me partir serenamente e calma,
eu necessito luz, vou repensar a vida...
buscar serena paz, que a minha dor espalma.
Concede-me curar, cicatrizar ferida,
que latejando dói na minha pobre alma...
Permite-me estancar essa mortal sangria.