Despertar !

Um fantástico caixão para o funeral

De mais um sonho aniquilado.

Seguem-se flores, o crucifixo magistral

Cravado nas sublimes sensações desse onirismo enervado

De vigília não fico neste velório!

Consumo-me num ínterim

Entre dois estados. Sinto o irrisório

Desejo de tornar-me um Serafim.

Mas a coruja que voa na trágica

Desilusão do princípio agonizante

Desse pesadelo fúnebre e constante,

Despertou-me do coma num passe de mágica.

Inconsciente estava, com o cérebro inativo.

E agora, infelizmente – consciente – estou vivo!