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Soneto ao prenúncio do inverno
 

brisa fina anuncia a sua tímida chegada
cobertor quente, vinho tinto,sofá da sala
dolente canção romântica a alma embala
leves pingos constantes e frios vejo da sacada
 

à noite, cama quente, descanso, sonhos bons
turva-se o céu, deixa as estrelas escondidas
castiçais luminosos, restos de velas derretidas
e nas folhas verdes-úmidas, diferentes tons
 

quisera eu num toque alquímico poder parar
este clima ameno, lúdico, cálido, bucólico
e no esconderijo inacessível da alma descansar

mas não existem faróis atentos à beira do mar
só movimenta moinhos o vigoroso  balançar eólico
no tempo certo do vento com faróis no exato lugar


 

Brasil, maio/2009