A MORTE DA POETISA
Poetisa...porque fizestes assim...
que vale desmedido sacrifício...
não pensas na dor que habita em mim?
E agora, por onde inspiro meu ofício?
Ficamos nós, sós como teu brilho,
restando, enfim, tua luz no universo.
Como pai vejo ferir-se o filho,
na poesia sinto partir-se o verso.
Seja de mim a mais doce lembrança,
e em tu’alma de beijos eu derreto,
como afago na distante criança...
Recebe neste último terceto,
a humilde prece de esperança,
que chora a tristeza em meu soneto.
Este soneto foi escrito neste domingo, quando recebi de uma amiga a notícia trágica da morte de uma poetisa do Recanto.
A vida interrompida de forma brusca, quase inacreditável.
O fiz repleto de sentimento e emoção mesmo sem sequer conhecer " a alma que havia partido".
Parece que tudo não passou de uma brincadeira, de péssimo gosto por sinal.
Mas não foi em vão: há de existir no céu e eu sei que sim, poetisas merecedoras da minha homenagem.
A elas eu dedico, de fato, este soneto.
OKLIMA, EM SUA SEMPRE GENIAL PASSAGEM:
Quem chora num soneto,chora triste,
como o poeta, triste, chora agora.
É para o pranto que o soneto existe.
É para o riso que o soneto chora.