“J E Q U I T I B Á”
Quando vejo frondosa, a árvore minha
Com seu tronco ferido, em pele e osso
Que a semente plantei, à manhãnzinha
Do riacho, à margem, em Mato Grosso
E hoje grande, crescida, esse colosso
E seus galhos abraçando um rio inteiro
Que já foi mais largo, quando eu moço
Hoje um fosso de esgoto, exala cheiro
De lixeiro, ao público e em céu aberto
E ao transformar o verde num deserto
E por tingir o azul, de preto e branco
Encurta o homem a própria existência
Mas o Jequitibá, com tanta paciência
Canta ao vento na beira do barranco.