“J E Q U I T I B Á”

Quando vejo frondosa, a árvore minha

Com seu tronco ferido, em pele e osso

Que a semente plantei, à manhãnzinha

Do riacho, à margem, em Mato Grosso

E hoje grande, crescida, esse colosso

E seus galhos abraçando um rio inteiro

Que já foi mais largo, quando eu moço

Hoje um fosso de esgoto, exala cheiro

De lixeiro, ao público e em céu aberto

E ao transformar o verde num deserto

E por tingir o azul, de preto e branco

Encurta o homem a própria existência

Mas o Jequitibá, com tanta paciência

Canta ao vento na beira do barranco.

Lobo da Madrugada
Enviado por Lobo da Madrugada em 16/04/2009
Reeditado em 16/04/2009
Código do texto: T1542208
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