“A TAMPA do TEMPO”
Lá fora, esse vento vadio
Afana as horas duma vida
Que dorme curta, despida
Por longas noites, de frio
As horas ficam enrugadas
E engolem muitos minutos
Como quem cobra tributos
Das vidas já mal passadas
E se a ventania arremessa
A longe a tampa do tempo
Que já consome, avarento
Toda existência, depressa
Tanta promessa que havia
Lá fora, esse vento vadia.