Capitu
 
Oh! Flor do céu! Oh! Flor cândida e pura!
Tu me fascinas tanto e eu te desejo,
nas tuas belas pétalas eu vejo
revolto mar de amor e de loucura.

Oh! Flor do Céu, de ímpar formosura,
tu me enterneces tanto que versejo
e a delirar a minha lira arpejo,
a te buscar nos vãos da noite escura.

O teu perfume cálido se espalha...
Eu te desejo tanto! Deus me valha!
Insanamente vivo a te buscar.

Se no sidéreo espaço eu te encontrar
mesmo que eu morra ainda hei de afirmar:
perde-se a vida, ganha-se a batalha!




Em setembro de 2008, quando o Brasil “cult” evocava,  o centenário da morte do “Bruxo do Cosme Velho”, Machado de Assis, certa editora lançou aos poetas o seguinte desafio: completar um soneto de Machado de Assis! Explico: num dos livros de Machado, o conhecido “Dom Casmurro”, um dos personagens, Bentinho, escreveu o primeiro e último versos (aliás, únicos) de um soneto nunca completado (desnecessário enfatizar: são, por óbvio, versos do autor do livro, Machado de Assis). Ei-los: “Oh! flor do céu! Oh! flor cândida e pura! / Perde-se a vida, ganha-se a batalha!”.

Oficina de Criações Coletivas - Desafio Poético Machadiano: escrever o soneto que Dom Casmurro não escreveu, aproveitando o primeiro e o último versos por ele criados, homenageando Machado de Assis 
 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 15/04/2009
Reeditado em 17/07/2020
Código do texto: T1540344
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