MEU PASSADO

'' Abro a janela, quanta luz...'' Rinaldo Gissoni

Algumas vezes, ponho-me à janela

Serenamente, toca-me uma luz....

Algo azul, bom ardor que me seduz!

Verdadeira lembrança meiga e bela.

Vários seres desfilam para mim.

Passam leves, sutis e evanescentes...

Cravos lívidos, mortos, displicentes

Que brotam neste meu triste jardim...

Em ti, janela, quanto medo e horror!

Quanta distância, quanta dor, maldade...

Tu te tornaste a imagem do pavor!

Por isto, quando eu vejo algum ser mágico

Que deveria ser felicidade,

Vejo o como este meu jardim é trágico!

Rommel Werneck

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