"E N T A R D E C E R"

Os sinos dobram a cada fim de tarde

De praxe, é o funeral de mais um dia

Que o anoitecer já brota sem alarde

Se instala, em vastidão a monotonia

Do peito, a solidão, demais covarde

Se sobressai da sombra secamente

De iluminar bem menos do que arde

Cansa a luz que fora incandescente

Recolho-me ao silêncio da caverna

Até que esmoreça a noite eterna

E apague, no poste, a lâmpada fria

Às vezes, inquieto, perco a calma

E ao fundo ouço soluçar minh'alma

Imitar, em triste canto, a cotovia...

Lobo da Madrugada
Enviado por Lobo da Madrugada em 07/03/2009
Reeditado em 19/03/2009
Código do texto: T1473453
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