NÁUFRAGO


Como os girassóis, pelo sol, espero,
Recolhido à frágil madrugada,
Sinto um vazio; parece etéreo,
Um pouco de mim se vai sem alvorada.

Vejo-me numa nau; ondas agitadas,
Sobreviver é tudo o que mais quero,
Contra o vento, estafantes remadas,
Faço ao Criador um apelo sincero;

Fique comigo, vista-me de ternura,
Reluza o farol do seu porto santo,
Conduza-me a uma praia segura.

Que eu possa sentir paz e acalanto,
Ao caminhar sobre a areia pura,
E que de gratidão seja o meu pranto.