UM VERSO TODO TEU

Quisera dar-te um verso todo teu,

MOldado aos teus quereres e anseios,

A exprimir, sem falhas ou rodeios,

O amor que tanto, tanto, já cresceu,

Que mais não cabe em mim e, por seus meios,

Expande-se, em seu próprio apogeu,

A revolver os cantos do meu eu

E prosseguir em seu correr, sem freios,

Como se me levara aos pórticos do mundo,

De onde pudesse eu ver, com mais clareza,

Tudo que nele existe e não me atrai,

Porquanto a tua imagem não me sai

Da mente e não me outorga a natureza

Nada mais belo, nada mais profundo.

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 23/01/2009
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