NEM ÀS PAREDES CONFESSO

De quem eu gosto, nem às paredes confesso,

Assim começa um velho e conhecido fado,

Em que se canta o dom de amar e ser amado,

Motivo que me toca e aos céus eu agradeço,

Porque, de amor, eu tenho o peito carregado

E me envolve essa paixão que eu não esqueço

E que, toda a minh'alma, vira pelo avesso,

Como quisera ter-me, inteiro, vasculhado

E, a proteger o sentimento que me habita

Das intempéries inerentes ao destino,

Eis que a essência dele faço ser segredo,

A que não venha a conspurcá-lo, tarde ou cedo,

Da sorte, a trama - e a ele entôo um hino,

Apondo, à letra, a melodia mais bonita.

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 10/01/2009
Reeditado em 10/01/2009
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