NEM ÀS PAREDES CONFESSO
De quem eu gosto, nem às paredes confesso,
Assim começa um velho e conhecido fado,
Em que se canta o dom de amar e ser amado,
Motivo que me toca e aos céus eu agradeço,
Porque, de amor, eu tenho o peito carregado
E me envolve essa paixão que eu não esqueço
E que, toda a minh'alma, vira pelo avesso,
Como quisera ter-me, inteiro, vasculhado
E, a proteger o sentimento que me habita
Das intempéries inerentes ao destino,
Eis que a essência dele faço ser segredo,
A que não venha a conspurcá-lo, tarde ou cedo,
Da sorte, a trama - e a ele entôo um hino,
Apondo, à letra, a melodia mais bonita.