GRITO MUDO

Somente a alma pronuncia o grito mudo

Que a voz recusa apregoar aos quatro ventos,

Qual cuidadosa proteção aos sentimentos

Que o coração abriga, sem querer, contudo,

Que sejam fontes de agruras, ou lamentos,

Se lhes não dermos atenção ao conteúdo

E é quando, então, a alma emite o brado agudo

Que, em só um, são condensados os momentos

Aprisionados nos confins do peito amante

Até que explodam, num poema apaixoado

E se libertem às amarras do silêncio,

Independentes do que sinta ou do que pense o

Medo, talvez, de ter-se, ao mundo, anunciado

Todo o mistério que nos pertencera, dantes.

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 03/01/2009
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