ANONIMATO
Deitado sob a marquise,
sem pão, agasalho, nada,
tosse a vermelha hemoptise,
como é fria a madrugada!
Crescem na mente, em reprise,
doem na alma desolada,
a tosse, a tísica, a crise...
como demora a alvorada!
Nessa sofrida jornada,
se não há quem lhe divise
a alma desesperada,
desce, Cristo, a hemoptise,
sangra mais, a hora é chegada,
vem arranca-lo à marquise...