Madrasta

Depois de separar joio do trigo,

Divórcio foi bem-quisto pelas partes,

A filha teve sempre bom abrigo

E ambos toleramos suas artes.

Não quis uma madrasta em minha cama,

E nunca apresentar as namoradas

Foi hábito escondido sob escama

De peixe fora d’água em demoradas

Experiências vãs, mas valiosas.

No mar tinha que haver uma sereia,

Com jeito de boadastra e sem prosas

De perturbar a filha inocente.

Ao rés-do-solo então trouxe à areia

Alguém que irá comigo ao sol poente.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 06/12/2008
Reeditado em 08/01/2010
Código do texto: T1321875
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