Madrasta
Depois de separar joio do trigo,
Divórcio foi bem-quisto pelas partes,
A filha teve sempre bom abrigo
E ambos toleramos suas artes.
Não quis uma madrasta em minha cama,
E nunca apresentar as namoradas
Foi hábito escondido sob escama
De peixe fora d’água em demoradas
Experiências vãs, mas valiosas.
No mar tinha que haver uma sereia,
Com jeito de boadastra e sem prosas
De perturbar a filha inocente.
Ao rés-do-solo então trouxe à areia
Alguém que irá comigo ao sol poente.