Vazão d’alma
A minh’alma não cabe de todo
confortável em curvas e dobras.
Sai do corpo e se escoa nas sobras
dos contornos que mostram engodos.
Ancorada num corpo sem asas
não levita, não flui e não voa.
Ela é um ente maior que a pessoa
que se encrua se não se extravasa.
A minh’alma está feita cativa
em limites e assim confinada
pouco vive de si, quase nada,
apesar de saber que está viva.
Não, minh’alma; não sofra, não tema!
Vá e se espalhe feliz num poema...