Sacrifício de um Cão
Sacrifício de um cão
Caro amigo que olhava ressentido,
Morria contigo atado a um seco vinho,
Quando me pedia amargo algum carinho,
Quando via que seu corpo estremecido
Já desfilava em febre em minha festa
E arrastava um andar ao seu suplício,
Meu caro amigo como foi difícil,
Ver-me cantando em noite assim funesta
E acordar embrulhado em culpa e náusea
Pra vê-lo ainda em fúria com um cavalo,
E mesmo assim contê-lo e então levá-lo...
Mas era o meu dever, o meu ofício:
Embrulhá-lo em toalha ao sacrifício,
E ver o algoz findá-lo na eutanásia.