UMA CERTA FLOR DE LIS

Entre flores silvestres, papoilas e espinhos,

lugar abundante, solarengo, de mal cultivo,

nasceu, do nada, sozinha, entre os vizinhos,

uma flor-de-lis, que a quem passava, cativo

deixava, ante a beleza. E, abrindo caminhos,

fiz desses novos trilhos, meu recente abrigo,

familiarizando-me com a flor os passarinhos,

adormecendo satisfeito entre cevada e trigo.

Não querendo ao abandono, dei tino e rumo,

ao meu caminho diário, apenas para a visitar,

enchendo a paisagem, e, da natureza o sumo.

Confesso que pensei trazê-la, pra meu jardim,

mas o que há natureza é devido, fica o cismar,

entre a dúvida do Homem, sonhando-a pra si.

Jorge Humberto

09/10/08

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 10/10/2008
Código do texto: T1221250
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