TEATRO

Naqueles olhos acordados como festa

O meu sentir pelo que vejo desjejua

Como se à luz de um novo esboço a visse nua

Desenharia ela deitada, o que me cresta

Naquela dança a perna aponta para a lua

Palpita a marca umedecida pela aresta

Que entre os cabelos uma boca na floresta

Luzindo mostra-se rubor que se acentua

Sangue em delírio debruçado na visão

Treme o pincel, na tinta expele um ser ardente

Pinta os joelhos separados de paixão

Por onde corre o pensamento mais carente

Pelas palavras que inexplicam a razão

Mora a pintura de um poeta de repente

Miguel Eduardo Gonçalves
Enviado por Miguel Eduardo Gonçalves em 07/03/2006
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