TEATRO
Naqueles olhos acordados como festa
O meu sentir pelo que vejo desjejua
Como se à luz de um novo esboço a visse nua
Desenharia ela deitada, o que me cresta
Naquela dança a perna aponta para a lua
Palpita a marca umedecida pela aresta
Que entre os cabelos uma boca na floresta
Luzindo mostra-se rubor que se acentua
Sangue em delírio debruçado na visão
Treme o pincel, na tinta expele um ser ardente
Pinta os joelhos separados de paixão
Por onde corre o pensamento mais carente
Pelas palavras que inexplicam a razão
Mora a pintura de um poeta de repente