DESFORRA

Segue vazia a jarreta de vidas

Circula trôpega sem nexo sem fim

Fogem dos dedos asas prometidas

Desabam em cacos ruínas de mim!

E acodes tu aos passos perdidos

Apregoando o caos e picando a voz

Senhor e patrono dos ofendidos

Dono da certeza deslaçando os nós!

Cruel, matador de calmas sentidas

Inveja maldita sem dor e sem dós

De faca afiada ao saldo de um fim!

Mas nada sobra a não ser motivos

Vazios ocos, pelo não, pelo sim…

Na liquidação da desforra de nós!