SEM DIREÇÃO

 

Tal alma perdida, a voz no vento soa

No chão que eu piso, caminho sobre os passos

Feridos de angústia, que me causam as loas

Parceiras da vida, vivida em descompasso.

 

Nas inebriantes teias dessa paixão,

Fundem-se as mágoas que carrego comigo.

Pobre, sem destino, o amor eu maldigo

Esse sentimento que explode em profusão!

 

E, nessa viagem em meu barco sem rumo,

Perco a minha vida e o itinerário

Em que me apoiava, para levar adiante

 

Essa busca inútil de mim, tão delirante

Que se esconde em meu peito temerário

Ao revés dessa caminhada sem um prumo.

 

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