SAUDADE
Saudade, malfadada companheira,
Que não me vem ao peito por escolha,
Nada mais há, que o meu verso tolha,
Se hás de perseguir-me a vida inteira...
A alma sofre, enquanto olho a folha
Onde procuro apor, bela e altaneira,
A poesia, razão verdadeira
A que o ânimo jamais se encolha...
Quisera que uma outra realidade
Tomasse as vezes da que vivo agora,
Para trazer sossego ao coração...
Que não me abatesse a solidão
E que me socorresse, a tempo e a hora,
O amor, para não mais sentir saudade.
Obrigado, Vera, pela honra da interação.
A saudade me dá um nó
Que quando te vê desfaz como pó
(Vera Mascarenhas)