TARDA O DESTINO
Tarda o destino em conceder-me o amor
De qem, da minha mente, não se aparta;
Persegue-me a tristeza e se não farta
De ser motivo, enfim, a tanta dor...
Mas hei de conseguir, um dia, a carta
De alforria ao peito sofredor
E, da felicidade, ver o albor,
Quando, com ela, meu viver, reparta...
O amor, ante intempéries, não recua,
Antes persiste e ecoa no meu verso,
A espargir no ar o seu encanto...
Não conheci alguém a quem eu tanto
Amasse assim em todo o universo,
A ponto de juntar minh'alma à sua.