TARDA O DESTINO

Tarda o destino em conceder-me o amor

De qem, da minha mente, não se aparta;

Persegue-me a tristeza e se não farta

De ser motivo, enfim, a tanta dor...

Mas hei de conseguir, um dia, a carta

De alforria ao peito sofredor

E, da felicidade, ver o albor,

Quando, com ela, meu viver, reparta...

O amor, ante intempéries, não recua,

Antes persiste e ecoa no meu verso,

A espargir no ar o seu encanto...

Não conheci alguém a quem eu tanto

Amasse assim em todo o universo,

A ponto de juntar minh'alma à sua.

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 08/08/2008
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