ALGUÉM ME PERGUNTOU

Alguém me perguntou, se bem me lembro,

Se tenho candidato às eleições,

A mais inútil das obrigações:

Um turno é em outubro, outro em novembro.

É sempre a mesma coisa, a cena pronta

A ser montada, em sério ritual;

Mudam personagens, mas é igual

O proceder, com ares de afronta.

E não me tomem por descrente nato,

Apenas falo por experiência

De tantos anos como eleitor...

Penso se o voto tem algum valor,

Se tudo é desmazelo e excrescência...

De que me serve, então, um candidato?

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 03/08/2008
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