ALGUÉM ME PERGUNTOU
Alguém me perguntou, se bem me lembro,
Se tenho candidato às eleições,
A mais inútil das obrigações:
Um turno é em outubro, outro em novembro.
É sempre a mesma coisa, a cena pronta
A ser montada, em sério ritual;
Mudam personagens, mas é igual
O proceder, com ares de afronta.
E não me tomem por descrente nato,
Apenas falo por experiência
De tantos anos como eleitor...
Penso se o voto tem algum valor,
Se tudo é desmazelo e excrescência...
De que me serve, então, um candidato?