MEU QUERER PRIMEIRO
Eu vejo em ti o quanto a natureza
Pode ser pródiga em nos dar virtudes,
Fortalecer-nos, nas vicissitudes,
Ou conceder, do amor, a nobreza...
Ela te deu o dom a que transmudes
O céu cinzento em singular beleza,
Pois, se sorris, é como estar acesa
A chama que, encontrar, dantes não pude,
Dessa paixão, a envolver-me inteiro,
Tomando corpo e alma ao teu poeta,
Para, por fim, fazer-me sempre teu...
E o meu verso, tanto quanto eu,
Não me pertence, pois só se completa
Em ti, meu bem, que és meu querer primeiro.