MEU QUERER PRIMEIRO

Eu vejo em ti o quanto a natureza

Pode ser pródiga em nos dar virtudes,

Fortalecer-nos, nas vicissitudes,

Ou conceder, do amor, a nobreza...

Ela te deu o dom a que transmudes

O céu cinzento em singular beleza,

Pois, se sorris, é como estar acesa

A chama que, encontrar, dantes não pude,

Dessa paixão, a envolver-me inteiro,

Tomando corpo e alma ao teu poeta,

Para, por fim, fazer-me sempre teu...

E o meu verso, tanto quanto eu,

Não me pertence, pois só se completa

Em ti, meu bem, que és meu querer primeiro.

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 30/07/2008
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